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Mensagem da Presidente da Câmara
área de conteúdos (não partilhada)Cumplicidade… Talvez seja esta a melhor palavra para resumir a vida e a obra de Maria Helena Vieira da Silva e de Arpad Szenes. Dois cúmplices no amor, na arte, na resistência, no exílio, na esperança… E se a produção artística de cada um é expressão dos respetivos gostos, sensibilidades, influências, ou técnicas, ela é também o resultado de uma solidão a dois, e, ao mesmo tempo, de muitas amizades e partilhas. Dois grandes nomes das artes plásticas, ela portuguesa e ele húngaro, unidos e moldados pelo cosmopolitismo francês, pelas viagens, pelas dificuldades, pela persistência e pela consagração.
Graças a uma parceria com a Fundação Arpad Szenes –Vieira da Silva, o Município de Anadia tem a grata oportunidade de apresentar, no Museu do Vinho Bairrada, a exposição “Obra Gravada”, que reúne mais de seis dezenas de gravuras dos dois artistas, provenientes da colecção que a fundação tem à sua guarda. São trabalhos criteriosamente escolhidos e que permitem perceber a evolução, neste domínio específico, da obra de Arpad Szenes, entre 1930 e 1980, e de Maria Helena Vieira da Silva, entre 1960 1991, e constatar a diversidade de temas, de estilos, de paletas, e de técnicas.
Quem acompanha a programação cultural do Museu do Vinho Bairrada, facilmente constata que esta mostra surge em coerência com o modelo que foi traçado para os ciclos de exposições temporárias deste espaço museológico. Em cada ciclo, as artes plásticas estão presentes através de trabalhos de nomes consagrados ou emergentes, e segundo temas relacionados, de forma directa ou indirecta, com o âmbito do museu. Por isso, este ciclo acolhe também trabalhos de Alves André e de Miguel Neves Oliveira.
Para além da sua condição de bairradino, Alves André tem o seu nome associado a Anadia desde as comemorações do centenário do nascimento de Fausto Sampaio, pois é de sua autoria a placa em bronze com que o município assinalou a efeméride. Com uma obra vasta e diversificada, este escultor regressa a Anadia, desta feita para homenagear José Tavares da Silva, o primeiro director (1889) da Escola Prática de Viticultura e Pomologia da Bairrada (1887), actual Estação Vitivinícola da Bairrada, e pioneiro, enquanto responsável técnico, da produção de espumante em Portugal.
Também na escultura, mas noutra vertente, Miguel Neves Oliveira percebe a desconstrução de artefactos do mundo do vinho como uma oportunidade criativa… Em “As fendas do vinho”, as aduelas de madeira e os arcos de ferro das pipas dão vida a novas peças, que fazem uma ponte entre a arte do tanoeiro e a criação do escultor, sem se afastar da realidade vitícola.
Quatro nomes, três mostras, duas disciplinas artísticas, e um ciclo de exposições. Múltiplas razões para (re)visitar Anadia e o Museu do Vinho Bairrada, e confirmar que “Anadia, Capital do Espumante” é um pólo cultural activo e eclético, atento às novas tendências, mas também à história, ao património e às tradições, que a todos convidamos a conhecer e que com todos queremos partilhar.
1 de Junho de 2017
A Presidente da Câmara Municipal de Anadia
Maria Teresa Belém Correia Cardoso